Rebeca Binda

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Português (Brasileiro): 

Eu prefiro ver a imigração mais como um período momentâneo do que uma classificação que acompaha alguém pelo resto da vida. Para mim, eu sempre tive em minha mente de que eu sou uma cidadã no Reino Unido, não como uma nativa mas como uma residente, uma pessoa com direitos e deveres na terra que eu hoje habito e considero meu lar. Desde que eu decidi me mudar para Londres, eu estava certa que esse era o caminho a seguir. Eu nunca tinha morado no Reino Unido antes mas minha intuição e minha afinidade com a língua e a cultura inglesa me cobriram de certeza de que aqui é o lugar no qual eu deveria estar. Eu não sabia aonde esta decisão me levaria, mas eu estava ciente dos sonhos que tinha para mim. Quando cheguei aqui, fiquei admirada com a quantidade e variedade de oportunidades, com a possibilidade de envolver-me em uma vasta gama de ideias e discussões, e com a chance de conhecer pessoas de todos lugares do mundo. Muitas coisas mudaram desde que eu cheguei, mas eu ainda sinto que o Reino Unido é o local que me possibilita ser quem eu quero ser, o local que me põe mais perto das minhas aspirações profissionais e pessoais e, ao qual, serei eternamente grata. 

Objetos, para mim, não são elementos essenciais e, mesmo tendo trazido algumas coisas comigo do Brasil, eu posso dizer que o que trouxe de mais precioso comigo foram as minhas memórias, emoções e sentimentos. Aquela voz que te comforta, aquele aroma que de leva de volta pra casa, aquele sentimento que te permite persistir. Algo que eu tenho e que me conecta com tudo isso é um monóculo fotográfico com uma antiga foto da minha família. Na foto, vejo a mim, uma pequena garota em pé na cadeira, perto dos meus pais, do meu irmão e de um palhaço. Estamos em um lugar que me lembra um circo e, apesar de não ter memória alguma desse dia, ainda posso sentir todo o amor e suporte que minha família sempre me deu.

 

English: 

I like to think of immigration as a phase rather than a label/definition that stays forever with a person. For me, I always had in my mind that I was a citizen of the UK, not as a native person but as a resident, someone who is entitled to rights and someone who has duties in this land that I now call home. Since I decided to move to London, I was sure that this was the way to go. I had never lived here before but my instinct and my affinity with the English language and culture gave me the assurance that this was the right place for me to be. I was unsure where this decision would take me but I knew I had big dreams for myself. When I got here, I was in awe of the variety of opportunities, with the possibility of engaging in a wide range of discussions and with the chance to meet people from anywhere in the world. Many things have changed since I moved here but I still feel that the UK is the place that allows me to be who I want to be, the place that enables me to work towards my personal and professional aspirations and, for that, I’ll be forever grateful. 

Objects for me are non-essential parts of life and even though I’ve brought some things with me from Brazil I can say that what are most precious to me are the memories, emotions and feelings that I carry. That voice that reminds you of comfort, that scent that brings you home, that feeling that keeps you going. One thing that I have that evokes all of that in me is a keychain slide viewer that has an old family photo inside of it. In the photo I can see myself, a small girl standing on a chair, next to my parents, my brother and a clown. We seem to be at a circus and even though I have no recollection of this day at all, I can still feel all the love and encouragement that my family always gave me.

 
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